Vejo.
Maltrato
os fatos que não me agradam.
Vejo.
Sinto
O
chacoalhar do barco que me dá náuseas.
O
velho que vomita
E
cheira
E
come
E
vomita
E
lambe
E se
esconde.
Será?
Será,
meu Deus, que eu não entendo e nem consiga entender?
As
coisas são como são
Mas a
minha visão prejudicada
A minha
visão falha
Os meus
ouvidos calam minha consciência.
E o ocaso
não muda de lugar
O Sol
beija, de leve, as nuvens do horizonte
Que me
pedem auxílio
Pela
vontade contra a finitude
Nunca
querendo acabar
Pelo
fato de todos o acharem lindo.
Pelo
Sol, não existiria lua.
Não...
Não
mesmo...
Pelo
Sol, a luz não acabaria.
E
O
homem
Sempre
terminou
E sempre
terminara
Nadando
na terra.
Preparando-se
para que os vermes
Famintos
por sangue podre
Roam
os corpos
De
todos aqueles seres que sonharam um dia tocar o sol
Mas que,
realmente, foram e beijaram a lua.
(16/02/2013
– Ijuí)
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