terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ANÚNCIO


Nem se soube a nuvem
(Parada obrigatória do céu).
Passando aviões. Logo aterrissando.
Meu coração demora
Assim como o som que mora
Dentro do meu peito que bate
Sem saber quando vai parar.

E a louca Lua
Vai passando quase nua
Anunciando o fim da Noite
Prevendo um novo Dia.

E o manso Sol
Que faz no céu a luz
Rutilando, assim, em caracol.

Com o longo Tempo
(Que me dá as rugas)
Penso logo nos amigos
Já velhos (alguns perdidos)
Vigiando o passar dos dias.

Namorei uma Estrela.
Longínqua, cintilante e perfeita.
Eu soube ser presente
Mesmo que muito distante
Mas sempre em pensamento.

O brilho azul do Mar
Nunca fui muito amigo
Agora já com idade boa
Rugas na face, idade à toa
Naveguei nesse mar bravo.
Naufraguei. Pesquei. Sumi.
E mesmo que o tempo me diga:
– Pare por aí!
Dou a réplica adequada:
– Calma, eu ainda não morri.

(26/02/2013 – Ijuí)

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