quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A EXISTÊNCIA


Não nego!
Sim, sou um artesão das palavras:
Belas, imprecisas, preciosas pérolas.

O brusco azul do céu.
A cor refletida no mar.
Eu mergulho
Vou fundo nesse azul como se o mundo fosse apenas estrelas.
E a fome de usar.
E a fome de manchar
O rosto com esse sangue coagulado das tuas veias.
A formosura de um poema:
Encabulado...
Deformado...
O pardo
O negro
O branco
Todos iguais sem pressa de existir.

A fome de formar
De medir distancias sem a chance de subir.
Somos todos movidos por vontades que não se calculam:
Medindo a força, o vento, medindo as árvores.

Perdemo-nos.

(21/02/2013 – São Paulo)

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