Eis
que surge ante os umbrais de minha porta
Um ente
vindo de um lugar do inferno, algo sobrenatural.
Formas
vis de rato alado, preto, que está contente nas carnificinas
De todos
os tempos, de todas as eras. E esse ser sanguinário
Há de
beber todo meu sumo celular, e todo meu líquido vital.
Eis
aqui um morcego, vindo das profundezas da lava dos tempos
E de
todos os homens, no íntimo do momento, no terror
De cada
gesto fecundo de impaciência e ignorância. Medo.
Um medo
sobrecarregado de sentidos contidos no ímpio.
E se
todos os gestos que esse ser fazia, batendo suas asas
Entoando
seus dizeres de animal, eu os tentava entender.
Mesmo
que pelo terror da hora, eu, logo a sua vida tentei.
E na
primeira decida de minha clava, esse morcego não se foi
Pois,
com o fracasso da primeira, tentei pela segunda vez a sua vida
E, na
segunda descida da clava forte, a vida desse ser se esvaiu.
Mas
nunca na vida esquecerei-me da aventura noturna, em que bebia do vinho
E que
me surgira ante os umbrais da porta um ente vindo de outras eras.
Eis
que foi o meu primeiro contato com a morte e suas carnificinas.
(28/07/2013
– Santa Maria)
Poeta!
ResponderExcluirDentro de nós também existem alguns monstros e... depende da forma ou do lugar que estamos vendo , eles, se agigantam ou diminuem....
Gostei muito....
Algo diferente....
Muito bom...
Parabéns
Admirador