Foi o
que me disseram... Que em matéria de poesia
Minha
vida era gasta e nula, e a labuta pelo pão era somente
Juntando
calos nas mãos... E os cabelos brancos sumidos
São marcas
da experiência? Loção para a queda em sua excelência.
Sim,
foi o que me disseram, mas eu, escravo das palavras
Enxoto
o corvo vil, de minha janela. Bendigo o amor, sim
Eu quero
vida, vida para ser vivida, vida para ser regada
Vida
cheia de formas, ondas, vida madura ou adolescente
A vida
numa paródia às peças antigas, vida sendo apreendida
E
por momentos futuros, em minha forma, sendo libertada.
Eu quero
mesmo a vida, a vida que seja da gente.
Vida
vendo o céu nublado. Vida vendo o céu caindo.
Vida
ouvindo o cheiro de terra molhada chegando mais perto.
Vida
dos moleques da rua. Vida dos viventes do cais do porto.
Vida,
meu Deus, vida: firme frouxa larga estreita alta baixa...
Mas
foi o que me disseram, e eu nego essa excrescência.
Nego
a forma vil com que têm me oprimido a poesia.
Afirmo
aos céus a luta pelo pão, não necessariamente
Adquirido
com calos nas mãos. A luta pela sobrevivência na sela de pedra
A luta
pela sobrevivência nos lobos cerebrais, a luta dos neurônios
Pela
ideia mais fantástica, pela ideia mais complexa em matéria de poesia.
(18/07/2013
– Santa Maria)
Poeta!
ResponderExcluirO lirismo impregnado em teus poemas me fazem descobrir um lado que a vida comtemporânea vem perdendo.
Poetas como você, que resgatam o bonito, romântico ,vivido na emoção de sentir e de amar .É o que realmente nos fazem l o u c o s ...
Loucos quando apaixonados por algo, por alguem, por um lugar, momento ou ao próprio sentimento.
Me vejo LOUCO!
Parabéns
Admirador