terça-feira, 23 de julho de 2013

O TEMPLO

Poesia misturada, no inverno, a goles de vinho.
Poesia nua, em minha frente, convidando-me a uma orgia.
Poesia sendo poesia, mas deixando de ser parte da minha alma
Para ser externa, assim ela
Se fragmenta.
Poesia, ó Poesia, sejas minha fonte de vida
Minha mundana respiração. Sejas, também, minha amante despreocupada
Nessa orgia carnal chamada aurora.

Poesia

Ó loucura sadia de minha lucidez mórbida.
Ó sabor amarelado da luz do dia.
Poesia sendo Poesia, embora deixe
De ser o prazer secundário de minha carne
Para ser o prazer primeiro das minhas vísceras
Misturada ao meu plasma, sendo o meu alimento.
Poesia madura e pronta para ser saboreada.

Poesia minha
És a flor do meu canteiro, jardim da lua.
És, também, a magia das minhas mulheres
A cor do incolor, o sabor do insípido, a perfeição do imperfeito
A fome do meu metabolismo. És, ainda mais, a loucura do meu raciocínio.

Paixão

Quando te vejo na Poesia, sinto-me morrendo aos poucos
Doido de vontade, sem medo dos vermes
Sem medo da ligação extrema do mundo e do meu espírito.

Quando durmo, nos sonhos, sinto-me levitar
Mas, quando acordado, a Poesia me leva além da alma
Além da vida que conhecemos.
Com a Poesia sinto, mas, de modo profano
Sinto o leve toque da mão de Deus.

(22/07/2013 – Santa Maria)

Um comentário:

  1. Poeta!
    Me vi espelhado nos versos em que declaras o amor a arte :
    de escrever...
    de amar...
    de sonhar...
    de viver...
    de morrer...
    Apalusos!
    Magnífico!
    Magnífico!
    Magnífico!
    Seu admirador

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