terça-feira, 3 de setembro de 2013

BLOQUEIO CRIATIVO

É o insustentável agudo som desta paisagem morta
emanado
do insólito motivo de um bloqueio criativo
que, realmente, vejo-me numa dessas
loucuras

Malditas formas luminosas e coloridas
que saltitam e flamejam e cintilam
azuis, verdes, vermelhas, doiradas
sabe-se lá!
Mas que não me abandonam, noite dentro de um cálice
de vinho
E se o vinho noturno não me cair bem
que seja culpa desses pirilampos coloridos
tagarelas, que deformam a minha realidade
Que
me atormentam

Sei bem, que há tempos não tomo meus remédios
E o bloqueio, motivo pelo qual não escrevo (é um relato
não minto, estou contando)
E que o corpo desfalecido no quarto da empregada
apodrece
mas, sei lá, só foi um corte profundo no pescoço


(02/09/2013 – Santa Maria)

Um comentário:

  1. Poeta!
    As vezes também passo por bloqueios...
    Superar é sempre o maior DESAFIO.
    Admirador

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