O
orvalho se forma na crosta
Amarga
e viscosa da solidão.
Nem
sei mais eu se fico
Na
beira da estrada, na contramão.
É o
saudoso e pestilento bafo
Que
o vento um dia soprara
Em
minha cara. Não vejo
Não
vejo vida, nem tenho mais
Não
tenho nada.
A
maquilagem negra da noite
Farta
de luar, a lua cheia
Percebo,
nesta imagem enegrecida
A
minha juventude transfigurada.
Outrora
o tempo (velho nas estações
Do
ano) o tempo de estar bêbado
Caindo,
tropeçando, sentindo o mundo
Agora
vejo a minha juventude perdida
Nos
confins, perdida nas vilosidades
Intestinais,
sendo expelida
(massa
fétida e pútrida) pelo anus
De
um animal.
(13/09/2013
– Santa Maria)
Poeta!
ResponderExcluirAssim como o orvalho deixa leves marcas de sua passagem, revela nestas palavras a sutileza do tempo, de momentos e da vida.
Parabéns!
Admirador