De um soco
Deixo
a mente inebriar-se das formas poéticas
Maldito solavanco
Feito um louco
E
deixo, também, as partes
Fumegantes
Do
rabo de fogo em meus cabelos negros
O
óleo viscoso da saliva quente
Mar dos meus pulmões
O sopro
E mais nada
Mar
da minha mente um tanto quanto delinquente
Vendo
As
miragens diante do vidro do carro
Sendo
brutalmente deformadas e contorcidas
Restando-me o pó
Deserto em minha fronte
Versos
de podre poesia, antiga, sendo corroída e maltratada
Por
entes que, desconhecendo as artimanhas da linguagem, as deformam
Mas
Na labuta pela pura
poesia
Renovada
E
Limpa
Fui
um sopro, apenas, mais que eco, mais que lentamente, rápido
Delinquente
das palavras
Meu alter ego
Ébrio e psicótico
Que continua
vendo fantasmas
Mas nem
Por
isso deixa de sorver a poesia de cada alucinação do momento
E
Se
nem forem os caminhos da mente
Àqueles
De quem nos dispersamos
Flutuando às nuvens
Navegando
os mares da consciência medíocre de um ser corroído pela sífilis
A maldita
Uma
vontade de usurpar as formas puras
E as
formas lícitas de um ser sedento, além do mais
Profilático
Nada das mesmas
Horas passadas em coma
(Modo
de hibernação
Instantânea)
Devemos
sorver o líquido poético de cada verso
Contido
na vida de poesia adquirida por cada poeta
Vivamos
Meus amigos, vivamos
(A
era da impunidade
A
era da velocidade)
Vivamos
Meus amigos
Mas
lutemos contra o fluir
Lutemos
Pela
loucura fatal
Total
Lutemos
Pela
verdadeira vida-poesia
Lutemos
Realmente,
pela cultura dos ossos
Lutemos
Pela
capacidade que temos de aterrorizar o presente
E de
usufruir antecipadamente o gozo futuro
Lutemos
Meus
amigos
Já é tempo
A
vida não terminou
Salvaremos
o mundo da derradeira morte intelectual?
(Morte contada
Morte ejaculada
Do
monstruoso penhasco da mente pobre de cada ser perdido no caminho)
Que
naveguemos o vento da renovação
E criemos
Uma nova poética da ação
Poesia
Sempre haverá
poesia.
(22/08/2013
– Ijuí)
Poeta!
ResponderExcluirSinto que manifestas aqui a mais pura verdade...sempre existirá poesia enquanto houverem poetas sensíveis a vida, ao amor e respeito a morte.
Parabéns!Poeta.
Admirador