terça-feira, 13 de agosto de 2013

MISTICISMO DO VERBO

Minha beirada mística.
Sua face mira e vê a minha face
Única, ungida. Minha face de pedra.
Uma máscara grega. Felicidade?

Minha beirada sendo continuamente
Atormentada por esses cus do universo.
Minha forma universal de ser alguma coisa
Sem nome, sem identidade... Perturbada
Por todas as incompreensões de críticas
Ritualistas, sem exatidão, mas a crença
No impossível do tempo, se faz ao pó
E ao orvalho simultânea. E nem mesmo
Por isso, deixo de mirar e ver seu rosto
E a epiderme úmida e lisa como a seda.

Mas minha beirada mística escorregadia
Deixo-a me levar para cair ao mar das palavras
Incompreendidas e inexistentes, para que eu
Possa, no futuro, deixar de existir e me tornar

Parte de um mundo imperceptível aos olhos
De quem jamais acreditou nas sombras do verbo.


(11/08/2013 – Ijuí)

Um comentário:

  1. Poeta!
    Surpreendente a forma com que caracterizou o mundo invisível, real e dos nossos sentimentos.
    Fiquei surpreso com termos criativos....
    Crescendo sempre em tuas produções.
    Esta me deixou MUITO surpreso.
    Parabéns
    Admirador

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