quarta-feira, 28 de agosto de 2013

CALAMIDADES CORPÓREAS

É por calamidades corpóreas (as vísceras gosmentas
Com sangue, para fora do corpo, e o rasgo... O rasgo
Que com a navalha ainda afiada me fiz no ventre
Por assim dizer) que vi minha forma interna.
Vi meu corpo em completude, modesto e escarlate

Lodo enrubescido, meus intestinos... O verdadeiro nó
Que com tal dor de se sentir repleto de desejo
Pude tocar o meu próprio modelo... O âmago do humano
Senti meu sangue coagulado em meio à imensidão da areia
Mas com tal desejo não posso mais sentir o vento a soprar
Nessa leve manhã de verão. Praia. Sol. Carnificina

E nesse momento eu vos digo: Vi meu entremeio
Vi minh’alma em corpo celestial, morte-que-sinto
E assim, ainda vos digo caros leitores, aonde o tempo
Me levar, o que me resta: O sangue não me diz
A baba púrpura que agora me escorre no canto da boca
Não me diz... E o que eu buscava, as respostas no rubro
Essas


(28/08/2013 – Ijuí)

Um comentário:

  1. Poeta!
    Algo em meio.... por findar?
    Não concluso mas estrategicamente PERFEITO!
    Parabéns
    Admirador

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