domingo, 11 de agosto de 2013

EBRIEDADE LÍRICA

Ao passar do vento
Assim, em minha janela
A lua um tanto torta
Lá fora
Canta a mais bela canção de amor
E foi por ela que me apaixonei.

Lua, tão bela tu és!
E tão distante deste corpo degenerado
De mente ébria
Sem medo mais dos corvos
E dos vermes
Habitantes de suma importância
Em minhas carnificinas
Deteriorados pelo sangue podre
E depois de tanto sugarem o corpo
Permanecem, ainda, famintos.

É, luar, a vida passa
E não tarda a morte. O lobo a uivar
Outro amante da Lua
E companheiro meu das noites sangrentas
Onde a Lua longínqua chora
De amor, de saudade e de pena.

O som oco ulula e retumba em meus ouvidos
E em meus poros da epiderme fina
E ressecada
Sem contato com a luz do sol
Comunicativa, cada vez mais, com o brilho da Lua.
E essa Lua cheia de sangue pulsando
Derramando do céu o resquício
Desse podre sangue amigo
Sem amor, cuidado ou sentido.

Perde-se na mata de meus cílios
A gotícula marcada de uma lágrima.

Mas de lágrimas puras e indefesas
Prestes a se secarem no colarinho
De um corpo seco, vivendo e evidenciando
Um mundo sujo, a pureza dessa lágrima
Sofrida e usurpada
Sofre, mais ainda, por ser ela destacada
E agora sendo dita: filha única.

Choro com a alma o meu Lirismo
Pois pai do amor e da saudade
É o nosso Tempo, deixo com ele
O meu sofrimento. E ao meu Lirismo
Deixo o meu contentamento
O meu tempo presente
E as lágrimas verdadeiras e puras
De um sonho, de um amor, de uma vida.

(11/08/2013 – Ijuí)

Um comentário:

  1. Poeta!
    Vejo o quanto te faz lírico ao escrever.
    Denota um pouco mais do que acredito que você seja, mas belo, intrigante e arrebatadora a forma de tua expressão poética.
    Continue nesta estrada maravilhosa do lirismo, da poesia e principalmente da escrita. pois teu potencial se aprimora a cada nova produção.
    Apaixonante ler o que você escreve...
    Continue sempre...
    Admirador

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