terça-feira, 27 de agosto de 2013

IMPOTÊNCIA

Sonhei com os tempos aqueles
Em que viver era mera coincidência
Sabíamos ser o que deveríamos
E o horizonte era paisagem para as telas.

Sonhei com os tempos aqueles
Que, eu sei, nunca existiram.
Sabendo sonhar um passado destruído
Deformado. Meus pés a tua frente
Sofrendo, os calcanhares nos cacos de vidro.

A dor.

Aguda ferida encarnada no coração.
Ausente forma, linguagem do corpo
A libido constituída em pele e osso, lasciva.

Sei bem, que onde o corpo se fizer paisagem
Miragem será o prazer, uma árvore de orgasmos.
O pássaro do prazer que pousará em meu sexo
Pelo pudor de estar nu, mesmo não estando.

O tempo das derrotas na cama:
Faz-se presente.
Impotente, faço-me homem.
HOMEM ao invés de ejacular feito um cavalo.


(27/08/2013 – Ijuí)

2 comentários:

  1. Poeta!
    Somos homens e as vezes animais.... e concordo....
    Ser HOMEM não é nada fácil.
    Parabéns
    Admirador

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  2. Sonhei com tempos que nunca existiram, é tão verdade isso que li como se eu tivesse escrito. Parabéns Érico!

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