As chamas
do destino, o improvisado
Som descompassado
de minha alma
Cadente,
que some e reaparece em meu corpo
Desconstruído,
minúsculo e sem forma.
A voz
de minhas palavras que molham o papel.
A voz
de minhas palavras que mancham de tinta
A cor
do branco. Pedaços de um caderno
Rasurado
e manchado de tinta vermelha
Sangue
de poeta. Sangue de quem luta
Bravamente
por uma causa sem solução.
A alma
de quem não precisa de explicação.
Eu
vi o meu eu caído e destruído pedindo
Ajuda
sem ter nem a mim, para que no escuro
Do momento
lhe estendesse a mão.
Eu vi
a minha poesia sendo reduzida
A cinza,
as folhas finas e caras sendo destruídas
Pelas
chamas do presente, e o invólucro
De plástico
sendo derretido e manipulado
Por uma
ideia de quem nunca nutriu
A maior
paixão de sua vida, para ser
Um manipulador
do fogo amargo
Despudorado,
queimando a alma
O espírito
e o corpo para esquecer
Quem
amou, e a paixão de nunca mais amar.
Embora
seja o sonho um objeto de decoração
Saltarei
dos abismos do cérebro, ao fio
D’água
que me levará ao vale dos pensamentos
Onde
nunca, nunca ei de recompor os erros
E, sim,
buscarei nova inspiração
Para
minha obra prima. Uma poesia blindada...
A prova
de fogo... Úmida... Tingida... Viva...
Em que
eu possa mergulhar novamente à realidade
E me
entregar às causas perdidas
Flutuando
o mar da insanidade. Bebendo
E comendo
dos suspiros de minha mulher
Deitada
na cama. Sem pressa de se dizer.
Sem pressa
de se refazer poeta. Sem pressa
De se
formar em um corpo que ainda não possui forma.
(15/08/2013
– Ijuí)
Poeta!
ResponderExcluirAdmirável a forma como expressas os sentimentos, lutas batalhas silenciosas da nossa alma.
Se dúvida alguma uma batalha vencida a cada novo sentimentos a que estamos expostos...
A vida
O amor
A saudade
Parabéns
Admirador