Por que vês se olhos não possui?
Se para a poesia não emprega
tempo?
Se para a arte de expressar não
tens orgulho?
Diga-me. Encha a boca para
os textos sem inspiração
Para os textos de um mundo
caduco e sem valor
Mesmo quando os corpos perdem
a vida
Perdem todo o teor: a poesia
fica.
Com o tempo se edifica e
acalma a alma
Do outro a aprender. A crer
que hoje o dia foi difícil
Mas o amanhã poderá ser pior.
Vem, diga-me. Encha a boca
para a reclamação
Para bem dizer os textos
sem sentimentos
Esses textos que hoje podem
ser lidos
Mas que nunca, nunca na vida
vão ser levados
E lidos dez anos depois.
Textos esses que nunca
Nunca na vida serão
lembrados e nem ao menos sentidos.
(28/12/2012 – Ijuí)
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