Minha
mão é privada de sua pele:
calma,
serena, alva...
Mão que
de longe maltrata
por
não estar perto o bastante
do
meu rosto que chora
triste
incontido de vontade.
E o
som retumbante da sua voz
que
domina os ouvidos do homem-amor
e
toda a palavra dita longe
sacode
e arranha o coração
de
quem muito ama e não poderia ter esse amor distante.
Todos
os dias: sinto e vejo,
uma
vontade privada,
um
vão desejo
de
molhar minha boca em seus lábios
que
me foram destinados para algum dia
em
que eu morra de amor por minha vez,
mas
que sejamos felizes por uma só noite.
Apenas
seremos
um corpo só,
finalmente.
Seremos
um corpo só,
alegremente.
Não
bastaria cabelos para serem arrancados
com
amor e suor.
Seremos
um corpo: de homem e mulher.
Nos
cabelos vermelho-sangue
nado
nesse líquido, como nado
naturalmente
na água limpa,
mas
me afogo nesse sangue
(líquido
danado)
e
seremos um corpo só:
nesse
som azul do meu braço dormente.
Finalmente
serei
seu por completo,
amada.
Cabelos
me encantam,
mas
sua face
não
encanta:
– “Arrebata...”
(02/04/2012 – Ijuí)
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