Não,
não se mede dor com distancias
e nem
ao menos distancias são medidas com a dor.
Estou
presente na saudade,
na precisão,
na discórdia
do dia quando se vai.
Estou
perdido no semáforo.
Sou daltônico
exagerado, não enxergo
o meu
ser a ser medido.
Não enxergo,
quando mais preciso enxergar.
E essa
dor que agoniza,
que me
prende no asfalto,
essa
dor que me corrói o peito
está
presente na saudade
assim
como eu estou.
E sinto
falta de ti
e somente
em ti me derramo e me acabo;
firme
na decisão, enfim percebo
que hei
de morrer de amor
assim
com o tempo,
mergulhado
na dor e no sofrimento.
Hei de
morrer de amor
assim
sufocado,
perdido
nas ruas do sol e de cada estrela,
pois
o mundo é tão pequeno perto
da minha
saudade
e nem
posso, agora, dizer teu nome,
pois
com os dias passando, consome-se
com outro
homem, em outra cama,
em outro
universo.
Hei
de morrer amando.
Não exagero,
eu sou o exagero.
Eu sou
muitos defeitos, muitos adjetivos:
presentes,
quem sabe, na minha saudade,
na minha
vontade de te beijar,
na minha
vontade desesperada de te amar
em um
amor único e vivo e só;
cantando
a canção alegre, com um esperar nulo –
nunca
ausente.
Eu sou...
Eu sou
o prometido sofredor,
a pessoa
que na ausência tua se desfaz
e que
na amplitude do espaço,
na
amplitude de nossa cama,
um dia,
possa ser o único
o precioso
que te devora
e que
numa mágica te refaz.
(24/12/2012 – Ijuí)
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