Veja
sinta
diga-me
o que se viu no cair da noite
onde
todo o sofrimento se foi por entre árvores.
Nada
de sentimento,
só a
poesia que ensina a arte de estar vivo:
morto
curto
frio.
Ar
pesado de sala de jantar onde ninguém conversa
come
só
come
se
alimentam de folhas verdes, mato, capim,
cavalo
animal
morto e incrédulo onde vivem bactérias
fungos.
Todo
o calor do corpo se esvai
quando
a pessoa morre
e
vive de novo, que mistério.
Foi
cumprida uma lei
(nem
sei qual é,)
mas
sei que a lei foi cumprida
e
todo o gozo de uma vida
sopra
o vento da angústia.
Não
leia o poema:
sinta-o,
veja-o, lamba-o.
A
carne dura de um boi velho
é o
poema,
difícil
de ser engolido.
Quero
ver a paisagem natural pelo vidro do carro
e
perceber que os animais estão ali escondidos
não
os conheço
vagalumes.
Quem
me dera um dia ter visto vagalumes,
esses
que tem a lâmpada
que
pisca
vagalumes,
esses
que não existem mais
e se
existem, nunca os vi:
somente
em gravuras de livros infantis.
Sinta
o
escuro céu
que
vai desaguar,
vai
chover,
vai
molhar,
vai
encher minha vida d’água
meus
olhos choram e derramam
uma
coisa que não sei o nome
- Lágrimas?
Algo
que é úmido e líquido,
algo
que cai sem se sentir
e
saber o porquê.
Aboli
os sentimentos,
mesmo
assim elas não secam
em
meu colarinho
lágrimas,
saiam
de mim
e
sequem.
Chega
de chorar
por
algo que não aconteceu ainda.
(26/03/2012 – Ijuí)
You are too much! Por aqui ainda tem vagalumes, viu?! e por aí também, mas tem que ir pro mato (fazenda) onde não há luz à noite! Mas você tem razão, são poucos os que têm o privilégio de "catar vagalumes" como nos livros intantís!
ResponderExcluirE também concordo que esse mundo seco sem intercâmbio "carinhal" nos embrutece ao ponto de não aceitarmos nossas próprias emoções!
Menino, você é 10! God bless you!