Quando
me vem o sopro da memória,
de
coisas concretas que um dia foram;
e o
vento subjetivo trazendo coisas objetivas:
contenta-me
senti-lo inflamando a brasa tardia.
Coisas
que um dia foram: a nossa casa, o sobrado,
a
casa da praia, um apartamento em Porto Alegre,
todo
o calçamento da rua,
os
sentidos e sentimentos que um dia vieram
e
que agora se foram.
Não
basta...
A
cor dos teus olhos, a cor dos teus cabelos,
o
formato do teu corpo, o semblante do teu rosto
que
um dia toquei de leve com a mão marcada da maquina
de
escrever que um dia tive.
Mãos
de poeta, de escritor que repensa o mundo;
mãos
carentes de pele sedosa em que toque de leve os dedos;
mãos
de escritor; mãos de poeta;
as
mãos do poema; as mãos da poesia.
Tudo
num dia que se foi;
tudo
num dia que eu lhe toquei;
tudo
num dia, que de leve,
eu
posso dizer que te amei.
(04/03/2012 – Ijuí)
Nenhum comentário:
Postar um comentário