Venha e fale-me poeta.
A
escrita se vem construindo uma parede
um
muro belo de tijolos a vista
uma
coisa sem explicação exata
uma
parede apenas
um
muro tingido de verdade
uma
coisa inexplicável pelo palpável
um
amor que se vem subindo à cabeça
e
destrói lentamente o que lhe toca.
Venha
poeta, e fale-me:
se
vale a pena amar novamente,
se
vale a pena me entregar a tão bela mulher.
Se
vale a pena.
Se
construir um muro de tijolos a vista
vale
a pena.
Se
amá-la continuamente e furiosamente
e
destrutivamente e loucamente
e
ferozmente.
Vale
a pena, poeta,
querê-la
a todo instante
e a
todos instantes sofrer por ela não estar,
por
ela não me amar,
por
ela não me querer?
Vale
a pena, poeta:
viver?
(10/04/2012 – Ijuí)
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