sábado, 22 de dezembro de 2012

OLHANDO, SIMPLESMENTE


O teu olhar me devora.
Sim, ele é bem quente e úmido.
Ele me rasga a carne, dilacera a alma,
ele é feito ferro, aço, metal duro.
O teu olhar me devora,
assim como o meu te despe
e na altura da noite nos abusamos.
O teu corpo me completa.
O meu corpo junto ao teu, forma um mundo
carregado de canções e poesia;
nele habitamos por milênios
numa noite apenas, na noite fria.
O teu olhar me devora.
Sim, ele é bem quente e úmido.
O teu olhar me despe, abusa
da minha fragilidade de humano
numa completa orgia animal.
O teu olhar me devora;
o teu olhar me banha de saudade;
o teu olhar me seduz, ele me satisfaz;
o teu olhar é muito feminino;
o teu olhar ultrapassa os limites
da visão. Ele me vê por entre as roupas
tanto no inverno quanto no verão.
Somos loucos apaixonados
e fizemos loucuras com olhares.
Ah, como é bom olhar
e no mesmo instante ser olhado.
O teu olhar me devora
e me toma a alma,
corrompe meus sentidos.
Ah, o teu olhar me devora.
E nunca na vida foi tão bom
ser louco, adolescente e apaixonado.

(22/12/2012 – Ijuí)

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